segunda-feira, novembro 20, 2006

das águas que movem o moinho da saudade

o murmurar
das águas do rio
que corre ao longe
da minha infância
faz-se ouvir
na noite de saudades
do meu pai,
que se precipita em sombras
e silêncio

nada que não o correr
de águas mansas
que trazem lembranças
de trigais dançando ao vento
e da velha avó
resistindo ao peso dos anos

o murmurar
das águas do rio
da minha infância
atravessa a noite silenciosa,
remenda meus sonhos
de menino
e deságua no mar de saudades
que se forma nos meus olhos

© Ademir Antonio Bacca
do livro “O Relógio de Alice”

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Benvinda Palma disse...

Ademir! Lindo poeta!

Quanta ternura em teus versos! Viajo no tempo com eles! Parabéns!
É sempre bom estar aqui..acolhidos que somos por versos tão sonoros...tão ternos...tão acalentadores!

potabeijos

Bem-te-vi