ALFONSINA STORNI
(1880/1938)
Alfonsina é muito mais que a belíssima canção de Felix Luna e Ariel Ramirez, interpretada magistralmente por Mercedes Sosa. É uma das vozes mais forte da poesia feminina das Américas.
Alfonsina nasceu na Suíça Italiana em 29 de maio de 1892, imigrando com os seus pais para a província de San Juan na Argentina em 1896. Seus poemas são incisivos e eficazes, podendo ser considerada para a época em que viveu, uma feminista.
Em 1938, três dias antes de se suicidar, envia de um hotel de Mar del Plata para um jornal, o soneto “Voy a Dormir”.
Seu corpo foi resgatado do mar no dia 25 de outubro de 1938.
A Carícia perdida
© ALFONSINA STORNI
Sai-me dos dedos a carícia sem causa,
Sai-me dos dedos... No vento, ao passar,
A carícia que vaga sem destino nem fim,
A carícia perdida, quem a recolherá?
Posso amar esta noite com piedade infinita,
Posso amar ao primeiro que conseguir chegar.
Ninguém chega. Estão sós os floridos caminhos.
A carícia perdida, andará... andará...
Se nos olhos te beijarem esta noite, viajante,
Se estremece os ramos um doce suspirar,
Se te aperta os dedos uma mão pequena
Que te toma e te deixa, que te engana e se vai.
Se não vês essa mão, nem essa boca que beija,
Se é o ar quem tece a ilusão de beijar,
Ah, viajante, que tens como o céu os olhos,
No vento fundida, me reconhecerás?
(Tradução de Carlos Seabra)
poeta, escritor, contista, jornalista, radialista, pesquisador e produtor cultural
segunda-feira, outubro 23, 2006
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2 comentários:
Ade,
Belos o poema e ilustração, deixam a impressão de se estar na Inglaterra do século XVIII.
Obrigada por sempre dividir com os teus amigos e leitores tanta cultura, arte e informação.
Há momentos em que o poeta que há em ti fala mais alto; outras vezes é o artista; mas tbém é muito marcante a tua veia jornalística.
Ademir querido grata por Alfonsina.
Adoro esta poetisa !
afetuoso abraço
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