poeta, escritor, contista, jornalista, radialista, pesquisador e produtor cultural
terça-feira, outubro 31, 2006
As estradas que não percorri,
hoje não me cansam mais.
O arrependimento
de não ter seguido por elas
cansou-me ao longo de intermináveis
noites de insônia.
O que deixei de fazer,
o que não fui,
tudo o que não amei
e o que me fugiu por entre os medos,
foram fardos de frustrações
que carreguei em ombros calejados
pelas estradas que escolhi.
Agora,
na encruzilhada do que sou
com aquilo que queria ser
e com o que eu poderia ter sido,
chamo o garçom e peço mais uma dose.
A vida é assim mesmo,
está escrito em algum lugar
nós nunca vamos,
é ela que nos leva ao seu bel prazer.
As estradas que não percorri
foram aquelas que me cansaram mais.
© Ademir AntonioBacca
do livro “Plano de Vôo”
quinta-feira, outubro 26, 2006
Bento Gonçalves perde sua figura mais folclórica
De todos os personagens folclóricos da história de Bento Gonçalves, nenhum se igualou em fama a Reno Thales de Rodrigues Vinhas, o “Gualicho”. Sua fama de golpista ultrapassou as fronteiras da Capital Brasileira do Vinho e tornou-se lenda. Vender tinta colorida para pintar as antenas quando foi introduzida a televisão colorida no Brasil; vender o direito a uma dupla de argentinos de cobrar pedágio sobre a ponte do Rio das Antas; um loteamento com terrenos de frente pra praia, ou seja, com os terrenos todos dentro d’água e por aí vai compõem a galeria de golpes a ele atribuídos. Quando estava sem dinheiro visitava empresários e sempre conseguia algum. Mas era um romântico, depois a primeira coisa que fazia era enviar bombons e flores para a esposa do empresário que ele acabara de ‘morder’. Personagem dos meus livros de folclore, sempre que vinha a Bento me procurava e conversávamos algumas cervejas. Gostava de tangos e grande parte dos seus 73 anos passou-os em cabarés. Seus preferidos eram “Uno” e “Caminito”. Eu que não gostava de tango, me rendi à beleza de “Caminito”, que divido com vocês:
Caminito
Letra: Gabino Coria Peñolaza
Música: Juan de Dios Filiberto
Caminito que el tiempo ha borrado,
que juntos un día nos viste pasar,
he venido por última vez,
he venido a contarte mi mal.
Caminito que entonces estabas
bordado de trébol y juncos en flor,
una sombra ya pronto serás,
una sombra lo mismo que yo.
Desde que se fue
triste vivo yo,
caminito amigo,
yo también me voy.
Desde que se fue
nunca mas volvió,
seguiré sus pasos,caminito, adiós.
Caminito que todas las tardes
feliz recorrías cantando mi amor,
no le digas si vuelve a pasar
que mi llanto tu suelo regó.
Caminito cubierto de cardos,
la mano del tiempo tu huella borró;
yo a tu lado quisiera caer
y que el tiempo nos mate a los dos.

Gato Félix faz 89 anos
No dia 26 de outubro de 1917, nascia o Gato Félix, personagem ilustre da história do quadrinho mundial, criado pelo desenhista australiano Pat Sullivan, radicado nos Estados Unidos.
Na minha infância fui um leitor voraz de gibis, que ao longo dos tempos acabei substituindo pelos livros. Não tenho dúvidas nenhuma de que o meu gosto pela leitura vem daquelas tardes inesquecíveis de domingos em que trocávamos gibis na entrada do Cinema Popular, na Praça da Matriz de Santo Antônio, aqui em Bento Gonçalves.

Vlado Herzog: o estopim para o fim da ditadura
Foi no dia 25 de outubro de 1975, que a ditadura militar começou a cair no Brasil. Naquele dia foi assassinado nos porões do DOI-CODI do II Exército de São Paulo, o jornalista Vladimir Herzog, o Vlado, que também era teatrólogo e professor da USP. Sua morte – que os militares tentaram vender a versão de suicídio – acabou acendendo o estopim da revolta popular que alguns anos depois devolveria os militares de volta aos quartéis.
No meu livro “Página de Jornal”, editado 1988, publiquei este poema em sua homenagem:
POEMA PARA VLADO HERZOG
No dia 25 de outubro de 1975
a vida te chegou ao fim.
“Suicídio”
disseram os que te mataram
numa sala de tortura do DOI-CODI.
A vida te chegou ao fim
companheiro
e eles pensaram que haviam conseguido
sufocar a tua revolta
com o cinto que prenderam
em teu pescoço
para te enforcar.
Calaram a tua voz
mas despertaram de vez a tua gente.
Ao te matarem, Vlado,
eles não sabiam o estopim
que estavam acendendo.
terça-feira, outubro 24, 2006

O pai do menino maluquinho
Ziraldo Alves Pinto nasceu em 24 de outubro de 1932 em Caratinga, Minas Gerais. É o mais velho de uma família de sete irmãos. Seu nome vem da combinação do nomes de sua mãe, Zizinha com o de seu pai Geraldo: assim surgiu o Zi-raldo, um nome único.
Desenhista, cartunista, jornalista e o mais badalado autor de livros infantis do país, Ziraldo foi um dos fundadores do jornal “Pasquim”, de grande circulação durante a ditadura militar. E foi graças ao “Pasquim” que tive oportunidade de conhecê-lo e de desfrutar momentos especiais em sua companhia.
“O Menino Maluquinho”, um dos seus tantos livros infantis, é o mais vendido em todos os tempos na história da literatura infantil no Brasil, tendo sido, inclusive, levado às telas.
segunda-feira, outubro 23, 2006

ALFONSINA STORNI
(1880/1938)
Alfonsina é muito mais que a belíssima canção de Felix Luna e Ariel Ramirez, interpretada magistralmente por Mercedes Sosa. É uma das vozes mais forte da poesia feminina das Américas.
Alfonsina nasceu na Suíça Italiana em 29 de maio de 1892, imigrando com os seus pais para a província de San Juan na Argentina em 1896. Seus poemas são incisivos e eficazes, podendo ser considerada para a época em que viveu, uma feminista.
Em 1938, três dias antes de se suicidar, envia de um hotel de Mar del Plata para um jornal, o soneto “Voy a Dormir”.
Seu corpo foi resgatado do mar no dia 25 de outubro de 1938.
A Carícia perdida
© ALFONSINA STORNI
Sai-me dos dedos a carícia sem causa,
Sai-me dos dedos... No vento, ao passar,
A carícia que vaga sem destino nem fim,
A carícia perdida, quem a recolherá?
Posso amar esta noite com piedade infinita,
Posso amar ao primeiro que conseguir chegar.
Ninguém chega. Estão sós os floridos caminhos.
A carícia perdida, andará... andará...
Se nos olhos te beijarem esta noite, viajante,
Se estremece os ramos um doce suspirar,
Se te aperta os dedos uma mão pequena
Que te toma e te deixa, que te engana e se vai.
Se não vês essa mão, nem essa boca que beija,
Se é o ar quem tece a ilusão de beijar,
Ah, viajante, que tens como o céu os olhos,
No vento fundida, me reconhecerás?
(Tradução de Carlos Seabra)
Ariel Ramirez - Felix Luna
1968
Por la blanda arena que lame el mar
su pequeña huella no vuelve más
y un sendero solo de pena y silencio llegó
hasta el agua profunda
y un sendero solo de penas puras llegó
hasta la espuma
Sabe Dios que angustia te acompañó
qué dolores viejos calló tu voz
para recostarte arrullada en el canto
de las caracolas marinas
la canción que canta en el fondo oscuro del mar
la caracola
Te vas Alfonsina con tu soledad
¿qué poemas nuevos fuiste a buscar?
Y una voz antigua de viento y de mar
te requiebra el alma
y la está llamando
y te vas, hacia allá como en sueños,
dormida Alfonsina, vestida de mar.
Cinco sirenitas te llevarán
por caminos de algas y de coral
y fosforescentes caballos marinos harán
una ronda a tu lado.
Y los habitantes del agua van a nadar
pronto a tu lado.
Bájame la lámpara un poco más
déjame que duerma, nodriza en paz
y si llama él no le digas que estoy,
dile que Alfonsina no vuelve.
y si llama él no le digas nunca que estoy,
di que me he ido.

O Rei do Futebol chega aos 66 anos
Nascido em 23 de outubro de 1940, Edson Arantes do Nascimento, imortalizado como “Pelé”, chega hoje aos 66 anos de idade. Maior jogador de todos os tempos, mesmo afastado dos estádios Pelé é considerado uma das maiores personalidades esportivas da atualidade. Das frustrações esportivas que carrego na minha mala de garupa, sem dúvidas nunca tê-lo visto jogar ao vivo é uma das maiores. Mas foi graças ao seu talento que até hoje, deixando o Internacional de lado, sou torcedor do Santos de carteirinha. Mesmo quando ele não jogue contra o Grêmio.

O dia em que o homem voou
Num 23 de outubro, exatos cem anos atrás, o homem voou pela primeira vez. Foi no Campo de Bagatelle, em Paris, que Santos Dumont realizou a proeza com o seu 14 Bis. Após uma corrida de 200 metros, a aeroplano ergueu-se de dois a três metros acima do solo e percorreu 60 metros em sete segundos. Era a primeira vez que um aparelho mais pesado do que o ar levantava-se do solo por seus próprios meios. Mas como não houve medições oficiais, o vôo acabou não sendo homologado pela Federação Aeronáutica Internacional, o que levou o brasileiro a repetir a façanha em 12 de novembro do mesmo ano. Na quarta tentativa daquele dia, Santos Dumont estabeleceu o primeiro recorde de velocidade aérea: 41,292km/h. Na quinta e última tentativa, o 14 Bis percorreu 220 metros.
domingo, outubro 22, 2006
sábado, outubro 21, 2006
PRÊMIO NOBEL PARA NERUDA
Foi no dia 21 de outubro de 1971, exatos 35 anos atrás, que o Poeta chileno Pablo Neruda, uma das mais fortes vozes da poesia latino-americano, receberia o Prêmio Nobel de Literatura. Este reconhecimento acabou alavancando sua poesia, tornando-o um dos poetas mais populares do século passado.
sexta-feira, outubro 20, 2006

Ora direis, colher pitangas
No dia nacional do poeta, ao invés de palavras, fui colher pitangas. Surpreendido ao chegar na casa da minha mãe com um pote de pitangas maduras sobre a mesa, me dei conta que a vizinha dela, Natalina, tem algumas pitangueiras no quintal e uma delas, carregadíssima. Todas maduras, pedindo para serem colhidas. Aí me lembrei dos poetas que todos os anos nos ajudam a plantar uma pitangueira, árvore símbolo do Congresso Brasileiro de Poesia e lembrei ainda da cachaça típica mineira que o Hugo Pontes me trouxe e decidi que a tarde era ideal para colher pitangas.
Com a ajuda do Piriquito (Dom Quixote tinha o Sancho Pança, eu tenho o Piriquito) empoleirado sobre uma escada, não foi tão demorado encher uma sacola de deliciosas pitangas, que terão a missão de entrar em tempo de maturação para esperar os poetas no próximo congresso, em forma de licor.
quinta-feira, outubro 19, 2006

Ode ao Vinho
©ARTUR GOMES
para Ademir Bacca
meu irmão de poesia e vibração
vinho é tudo quanto bebo
tinto branco branco tinto
especialmente o brasileiro
das cantinas das colônias
das uvas finas de Bento
bebida de zeus e de baco
deuses do olimpo e do sacro
líquido com que me alimento
em festa e consagração
qual uma doce eucaristia
em comunhão feito missa
a celebrar poesia
da uva a seiva o fermento
o sagrado tempo da cura
até os lábios no cálice
sorver a santa doçura
na língua e no pensamento
vinho eu bebo rezando
em juras de amor ao momento
de olhos sorrindo pros céus
benditas mãos sejam tantas
as que trabalham os vinhedos
e sabem do fruto o sagrado
colher o milagre entre os dedos

Arte: Baptistão
Nasce o mestre brasileiro
Em 19 de outubro de 1913, nasce no Rio de Janeiro Vinícius de Moraes. A carreira diplomática em Los Angeles, onde serviu como cônsul por cinco anos, o deixou afastado da música. A parceria com Toquinho nos últimos dez anos de sua vida, o lança em excursões intermináveis e o transforma numa estrela.
Vinicius de Moraes
No teu branco seio eu choro.
Minhas lágrimas descem pelo teu ventre
E se embebedam do perfume do teu sexo.
Mulher, que máquina és, que só me tens desesperado
Confuso, criança para te conter!
Oh, não feches os teus braços sobre a minha tristeza não!
Ah, não abandones a tua boca à minha inocência, não!
Homem sou belo
Macho sou forte, poeta sou altíssimo
E só a pureza me ama e ela é em mim uma cidade e tem mil e uma portas.
Ai! teus cabelos recendem à flor da murta
Melhor seria morrer ou ver-te morta
E nunca, nunca poder te tocar!
Mas, fauno, sinto o vento do mar roçar-me os braços
Anjo, sinto o calor do vento nas espumas
Passarinho, sinto o ninho nos teus pêlos...
Correi, correi, ó lágrimas saudosas
Afogai-me, tirai-me deste tempo
Levai-me para o campo das estrelas
Entregai-me depressa à lua cheia
Dai-me o poder vagaroso do soneto, dai-me a iluminação das odes, dai-me o cântico dos cânticos
Que eu não posso mais, ai!
Que esta mulher me devora!
Que eu quero fugir, quero a minha mãezinha quero o colo de Nossa Senhora!
Poema extraído do livro "Vinicius de Moraes — Poesia completa e Prosa", Editora Nova Aguillar — Rio de Janeiro, 1998, pág. 262.
sexta-feira, outubro 13, 2006
quinta-feira, outubro 12, 2006
Aidenor Aires
Serra Gaúcha. Quase Europa. Primeiro mundo nosso. Ali se esquece as favelas, as hordas miseráveis que os políticos vão mantendo em regime de cestas básicas, para que possam continuar comendo caviar e bebericando uísque. Na Serra a paisagem deslumbra. O planeta continua bailando no orgasmo original. Terra querendo nuvem e azul querendo o verde.Vontade de gritar feliz e abraçar. De dois a sete de outubro realizou-se em Bento Gonçalves, de heróicas memórias farroupilhas, o XIV Congresso Brasileiro de Poesia, o XIV Encontro Latino-americano de Casas de Cultura e a XI Mostra Internacional de Poesia Visual. Esses eventos fazem parte do Proyecto Cultural Sur-Brasil que tem como timoneiro o poeta Ademir Bacca. É o responsável ou facilitador de todas as edições desses eventos. O Congresso sempre contou com a participação dos goianos. Desta vez, na antologia “Poesia do Brasil”, lançada durante o evento, comparecem onze, entre os 33 participantes. E lá estávamos, presentes ou em saudade: José Mendonça Teles, Luís de Aquino, Sônia Ferreira, Célia Siqueira Arantes, Elizabeth Caldeira, Geraldo Coelho Vaz, Alcione Guimarães, Aldair Aires, Edival Lourenço e este cronista. Foram dias de grande atividade cultural, envolvendo as escolas, a comunidade. As vitrines das lojas, os pisos dos teatros, em todos os lugares, textos poéticos. Nas praças, recitais. Pelas ruas, salões, bibliotecas, performances e shows. Lugar propício à liberação da alma no milagre da linguagem. A genialidade interpretativa do poeta e ator Gidu Saldanha. Célia Siqueira, de interminável juventude, declamando pelas praças. José Mendonça, de tantas artes, levantando cantos de amor, até receber uma homenagem como o Pioneiro e presença constante do Congresso. Emocionados, bebemos um pouco da glória de nosso historiador e poeta. Mas não se pode esquecer o recital “Cantares da América”, com Beth Araújo, “A Voz dos Povos”, com Claufe Rodrigues e Mônica. Maria Pompeu. “Torre de Babel”, apresentado por Artur Gomes. Lá estavam os goianos deitando falas. Mais os “Poetas na Escola”, as homenagens ao centenário de Quintana. Artes Plásticas, teatro, música e poesia, sempre poesia, de todos os estilos. Da silenciosa proposta do poema visual de Hugo Pontes, ao cordel de Edmilson Santini. Da contida e profunda palavra de Cristiane Grando, ao lirismo de Andréa Motta, à telúrica energia da peruana Glória Dávila. Gilberto Maha, iluminado na neblina da Serra. Wilmar Silva universalizando cantos de Minas. Tanta gente. Tanta beleza, tanta poesia. No próximo Congresso, lá estaremos celebrando a vida, recolhendo o humano escondido nas solidões de cada um de nós. Vida longa ao poeta Ademir Bacca! Ele vai tornando este mundo um lugar ainda possível de habitar. Faz da Serra Gaúcha um lugar de encontro de todas as vozes. Um Mercosul espiritual, onde as mercadorias de troca são a inspiração, a beleza, o talento e os abraços.
* Aidenor Aires é escritor, da Academia Goiana de Letras
quarta-feira, outubro 11, 2006
09/10/1940 – 08/12/1980
Não fosse a imbecilidade humana, nesta semana JOHN LENNON estaria completando 66 anos de idade. Sabe-se lá o que ele poderia ter produzido não fosse o ato tresloucado de Mark Chapman naquele 8 de dezembro de 1980, que acabou definitivamente com os Beatles. De todas as suas músicas, a mais tocada até hoje é “Imagine”, cuja tradução da letra divido com vocês.
IMAGINE
Imagine que não exista nenhum paraíso,
É fácil se você tentar.
Nenhum inferno abaixo de nós,
Sobre nós apenas o firmamento.
Imagine todas as pessoas
Vivendo pelo hoje...
Imagine que não exista nenhum país,
Não é difícil de fazer.
Nada porque matar ou porque morrer,
Nenhuma religião também.
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz...
Imagine nenhuma propriedade,
Eu me pergunto se você consegue.
Nenhuma necessidade de ganância ou fome,
Uma fraternidade de homens.
Imagine todas as pessoas
Compartilhando o mundo todo.
Você talvez diga que sou um sonhador,
Mas eu não o único.
Eu espero que algum dia você junte-se a nós,
E o mundo viverá como um único.
JOÃO CARLOS SCHMITT
Por uma daquelas felizes coincidências da vida, na véspera da abertura do XIV Congresso Brasileiro de Poesia eu e o poeta Artur Gomes bebíamos um vinho no Dois Coqueiros quando passou por nós o ex-prefeito de Nova Prata, João Carlos Schmitt, que foi o grande responsável pelo surgimento do nosso evento. Foi ele, na metade de 1989, que me procurou aqui em Bento Gonçalves querendo que eu o ajudasse a colocar sua cidade no mapa cultural do estado. Depois de alguns dias, apresentei-lhe a idéia de um congresso de poetas e ele prontamente comprou a idéia. Em três edições realizadas em Nova Prata, a cidade ganhou uma projeção que até hoje é lembrada por poetas de todo o Brasil. Encontrá-lo em Bento Gonçalves na véspera da abertura da décima-quarta edição do evento só pedia mesmo ser sinal de sorte. E foi: de todos os congressos já realizados em Bento Gonçalves, este foi, sem dúvidas, o melhor de todos.