terça-feira, dezembro 05, 2006

Teia

Está ali,
inerte sobre o sofá,
o teu cesto de tricô,
testemunha involuntária
da tua ausência que me dói,

faca afiada
sangrando o peito
no meio da noite insone

está ali,
inerte na madrugada,
o cesto
e inquieto estou eu,
preso irremediavelmente
na teia de fios
do teu inacabado tricô

© Ademir Antonio Bacca
* da antologia “Saciedade dos Poetas Vivos”

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