Fragilidade
Brinca a criança
com o dedo no gatilho
de uma arma inexistente
enquanto o encanto se faz mistério
mal se acenda a primeira luz
no picadeiro.
Dança a bailarina a sua música triste
num palco imaginário à meia-luz
enquanto prostitutas vagam em bandos
pelas ruas vazias em busca de um porto
para a sua solidão sem homem.
Ah! Os mistérios deste circo de incertezas
que faz brincar com o encanto a bailarina
e os operários e malabaristas de corpos cansados
sem sequer imaginarem o mistério
que faz da vida um brinquedo frágil,
criança tão fácil de se quebrar.
© Ademir Antonio Bacca
do livro: “O Trágico Circo Cotidiano”
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