quarta-feira, abril 12, 2006

FERIDO DE MORTE

me deixe quieto
no meu canto

não toque no rádio
não mexa na ferida
nem provoque o sonho

deixe a noite
acontecer sem pressa

não fale meu nome
não atravesse a ponte

fique onde estás
e me deixe entregue
ao meu silêncio.

hoje,
eu calo por nós dois.


© Ademir Antonio Bacca
do livro: “Pandorgas ao Vento”

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