terça-feira, junho 24, 2008

A estrada e a canção

mesmo que a estrada
não dê no mar
e nem no alto da montanha
mesmo que ela passe
ao largo do rio
e faça tantas curvas
antes de chegar ao seu destino,
não importa aonde ela vai dar:
na verdade,
nós sempre voltamos ao mesmo lugar

é a velha canção da infância
quem costura as nossas lembranças
é o murmurar das mesmas palavras de sempre
quem acalenta os nossos sonhos mais caros

mesmo que a estrada nunca passe
por todos os lugares
onde planejamos um dia parar,
ainda acordo todos os dias
cantando aquela velha canção.

© Ademir Antonio Bacca
do livro “Grito por dentro das palavras”

8 comentários:

Clau Poeta disse...

Poema encantador que nos leva a pensar muitas das coisas que fazemos sem ao menos nos darmos conta.
Parabéns!
Bjs!
Clau

Claudete Silveira

SAM disse...

Emocionou-me profundamente este belo poema.

"...é a velha canção da infância
quem costura as nossas lembranças..."

Abraço

Não tente me entender... disse...

Seu Blog é simples, mas com grande conteúdo...
Amei passar por aqui...
Foi muito enriquecedor!
Bjs
Fique com Deus!
Claudia

Anônimo disse...

Uma estrada que não sai do lugar. Isto é bom...

Fátima Venutti disse...

É delicioso, saboroso e prazeroso ler o que e com o escreves...

Quisera eu, um dia, ser poeta..

Adorei!

carinhos

Fátima Venutti

CASSIANE SCHMIDT disse...

Olá Ademir, lindo seu poema, revela a face desafiadora da vida! Suas palavras são vivas, e, por isso, avivam...

Fátima Venutti disse...

Caríssimo,

Fiquei lisonjeada ao ler seu comentário em meu blog. Posso dizer que vindo de você, um conhecedor verdadeiro da produção literária não só no sul do país.
Obrigada, mesmo.

Grande abraço recheado de fortes energias.

Fátima Venutti

TARCIO OLIVEIRA disse...

Salve poeta!
É sempre renovador pisar nas estradas abertas pelos teus versos,
nesse blog de tantos caminhos e achados!
-
Abraços do sertão de PE e de Raimundo Pajeú!