A estrada e a canção
mesmo que a estrada
não dê no mar
e nem no alto da montanha
mesmo que ela passe
ao largo do rio
e faça tantas curvas
antes de chegar ao seu destino,
não importa aonde ela vai dar:
na verdade,
nós sempre voltamos ao mesmo lugar
é a velha canção da infância
quem costura as nossas lembranças
é o murmurar das mesmas palavras de sempre
quem acalenta os nossos sonhos mais caros
mesmo que a estrada nunca passe
por todos os lugares
onde planejamos um dia parar,
ainda acordo todos os dias
cantando aquela velha canção.
© Ademir Antonio Bacca
do livro “Grito por dentro das palavras”
8 comentários:
Poema encantador que nos leva a pensar muitas das coisas que fazemos sem ao menos nos darmos conta.
Parabéns!
Bjs!
Clau
Claudete Silveira
Emocionou-me profundamente este belo poema.
"...é a velha canção da infância
quem costura as nossas lembranças..."
Abraço
Seu Blog é simples, mas com grande conteúdo...
Amei passar por aqui...
Foi muito enriquecedor!
Bjs
Fique com Deus!
Claudia
Uma estrada que não sai do lugar. Isto é bom...
É delicioso, saboroso e prazeroso ler o que e com o escreves...
Quisera eu, um dia, ser poeta..
Adorei!
carinhos
Fátima Venutti
Olá Ademir, lindo seu poema, revela a face desafiadora da vida! Suas palavras são vivas, e, por isso, avivam...
Caríssimo,
Fiquei lisonjeada ao ler seu comentário em meu blog. Posso dizer que vindo de você, um conhecedor verdadeiro da produção literária não só no sul do país.
Obrigada, mesmo.
Grande abraço recheado de fortes energias.
Fátima Venutti
Salve poeta!
É sempre renovador pisar nas estradas abertas pelos teus versos,
nesse blog de tantos caminhos e achados!
-
Abraços do sertão de PE e de Raimundo Pajeú!
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