balada para théo
digo,
meu filho,
que só sonhar
não constrói
vida alguma
é preciso arar a terra,
domesticar a semente
e fazer de cada amanhecer
um recomeçar
digo,
meu filho
que só palavras
não constroem
poema algum
é preciso moldar o barro
pacientemente
e tirar da emoção
a forma do dia ideal
digo,
meu filho,
que viver
não é só abrir a porta
e ir pela estrada
que se desenha
diante dos nossos pés
há que se equilibrar
a esperança
na linha do horizonte
e ensaiar cada passo
com a determinação
de um bailarino
em noite de gala
no teatro nacional
digo,
meu filho,
que é preciso regar
o sonho
com o orvalho
das manhãs de primavera
e semear amor
e esperanças de dias melhores
para que quando a noite
se fizer sombra
possamos todos
dormir em paz
© Ademir Antonio Bacca
do livro “O Relógio de Alice”
3 comentários:
Amei este poema, Ademir.
Simplesmente maravilhoso, Ademir.
Théo deve ter gostado muito.
Simplesmente lindo!
Théo deve ter gostado muito.
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