sexta-feira, agosto 31, 2007

das cruzes

na falta de pão,
o moleque reparte a emoção
de desafiar a sorte.

pingente de trem.

na falta de circo,
o moleque reparte a realidade
de desafiar o sonho.

pingente da emoção.

ma falta de perspectivas,
o moleque reparte a necessidade
de desafiar a lei.

estatística de jornal.

© Ademir Antonio Bacca
do livro “Panis et Circenses”

4 comentários:

SAM disse...

Boa tarde, Ademir!


É a nossa realidade social. Triste e todos assistem a este quadro diário, impiedosamente. Na verdade é porque somos todos pingentes, e por isso talvez a sensibilidade não alcançem àqueles que são muito mais.


Abraço.

Roziner Guimarães disse...

Caro amigo, Ademir,

Em cada poema seu que eu leio, eu fico fascinada com a sensibilidade com que vc escreve. Perceber a dor alheia, social é função do poeta... Escreveu Pound: "O poeta é a antena da raça!" "Das cruzes" é simplesmente doído. Como as imagens são reais! Parabéns!

Abraço!

Divinius disse...

Escreves muito bem.´

ABRAÇO)))

Anônimo disse...

Estou completamente encantada com a sua poesia.
Obrigada!
Abraços daqui da Bahia