das cruzes
na falta de pão,
o moleque reparte a emoção
de desafiar a sorte.
pingente de trem.
na falta de circo,
o moleque reparte a realidade
de desafiar o sonho.
pingente da emoção.
ma falta de perspectivas,
o moleque reparte a necessidade
de desafiar a lei.
estatística de jornal.
© Ademir Antonio Bacca
do livro “Panis et Circenses”
4 comentários:
Boa tarde, Ademir!
É a nossa realidade social. Triste e todos assistem a este quadro diário, impiedosamente. Na verdade é porque somos todos pingentes, e por isso talvez a sensibilidade não alcançem àqueles que são muito mais.
Abraço.
Caro amigo, Ademir,
Em cada poema seu que eu leio, eu fico fascinada com a sensibilidade com que vc escreve. Perceber a dor alheia, social é função do poeta... Escreveu Pound: "O poeta é a antena da raça!" "Das cruzes" é simplesmente doído. Como as imagens são reais! Parabéns!
Abraço!
Escreves muito bem.´
ABRAÇO)))
Estou completamente encantada com a sua poesia.
Obrigada!
Abraços daqui da Bahia
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