quinta-feira, julho 20, 2006

Algum tempo atrás, os escritores Armindo Trevisan, Dilan Camargo, Jaime Vaz Brasil e Izabel Bellini Zielinsky promoveram um ato pela paz que resultou num livro reunindo textos sobre o tema de diversos autores gaúchos. Tive a alegria de ter este meu poema selecionado, que faz parte do livro “Paz Um Vôo Possível”, lançado pela Editora AGE. E convenhamos, nunca andamos tão necessitados desta palavra tão forte e tão pequena, não é?

Desarmar espíritos

Há tiros nas ruas de Bagdá e Cabul
enquanto meninos russos correm nus
pelas ruas de Beslan
fugindo de balas perdidas.

De repente
parece que o relógio quebra o tempo
em duas partes,
uma marcando as páginas de jornal
com sangue inocente
a outra, enterrando de vez
nossas esperanças de paz.

Há tiros no Morro da Rocinha
e no subúrbio de Madri
enquanto crianças russas
são enterradas em Beslan
diante de nossos olhos estarrecidos.

Como ousar pronunciar a palavra paz
se não somos capazes de desarmar
nosso espírito de vingança?

Há medo nas ruas de Bagdá e Cabul
enquanto a paz se equilibra
num último fio de esperança em Tel Aviv,
à espera do próximo disparo.

© Ademir Antonio Bacca
* da antologia “Paz Um Vôo Possível”

2 comentários:

Anônimo disse...

Me lembrei agora do poema de Quintana da pedra de Calcutá, o ser humano eu acho que trata a compaixão como pedras na rua, brincando ou chutando pra longe... Impossível mudar o mundo sem o amor-compaixão. Lindo e ao mesmo triste o póema, temos que começar a exercitar este amor pelos homens, pela natureza, pelo planeta, só assim teremos talvez uma chance de salvar o mundo.

Anônimo disse...

Me lembrei agora do poema de Quintana da pedra de Calcutá, o ser humano eu acho que trata a compaixão como pedras na rua, brincando ou chutando pra longe... Impossível mudar o mundo sem o amor-compaixão. Lindo e ao mesmo triste o póema, temos que começar a exercitar este amor pelos homens, pela natureza, pelo planeta, só assim teremos talvez uma chance de salvar o mundo.

10:20:46 PM