segunda-feira, agosto 06, 2007

botando a cabeça na boca do leão

encaro
o teu olhar
mesmo sabendo
do desafio:

nem te decifro,
nem me devoras
e a vida segue
seu curso
no outro lado da rua.

© Ademir Antonio Bacca
do livro “O Relógio de Alice”

2 comentários:

Anônimo disse...

Ademir,

Belo poema; preciso, contundente,nostálgico. Belo.
Beijos,
Angélica Santa Olaya.

Anônimo disse...

Ade,

Há muita semelhança nestes teus versos com aqueles que escreveste há muito tempo e dos quais eu sempre gostei muito:

Somos seres exóticos,
eróticos, neuróticos,
parados na calçada
esperando o sinal abrir
para levarmos nossas frustrações
para o outro lado da rua...

É, a vida segue indiferente ao que sentimos.
Tua poesia consegue sempre radiografar com precisão o ser humano e o seu íntimo.

um abraço