segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Ade, Góia & Zali na sua festa de 90 anos

Bento um pouco mais triste

“E para isso fomos feitos” disse com toda propriedade o poeta Vinícius de Moraes ao definir a morte, mas por mais que tentemos nos consolar com estas palavras-verdade, nunca estaremos suficientemente preparados para isso. E então a morte de alguém que nos é muito caro sempre nos pegará de surpresa e aí não há palavra que nos console.

Hoje foi um desses dias. Um dia em que a cidade ficou mais triste. Dia em que nos despedimos de uma pessoa muito especial, que ao longo dos seus 93 anos de idade distribuiu alegria, amor e bondade. Sua casa sempre teve as portas abertas para os seus amigos e para os amigos dos seus filhos e numa convivência de mais de meio século, não guardo uma lembrança sequer de tê-la visto em momentos de baixo astral, salvo em raros momentos de perdas pessoais.

Se no cancioneiro popular italiano existe a “Casa de Irene”, aqui nós tínhamos a “Casa da Zali”, onde se cantava, se jogava cartas, se ria, se vivia sempre em alto astral.

ARZELINA ZAMBON ÁLVARES, ou simplesmente Dona Zali, mãe do Ito, do Disso, do Dáio, da Tita e da Piqui. Tia da Ivone, da Dione, do Mir, do multicampeão Gilberto Tim, da Góia e de tantos outros sobrinhos. Professora emérita, formou diversas gerações de empresários que hoje comandam os destinos industriais do município. Sua paixão por jogos de cartas manteve durante dezenas de anos quase meia centena de amigos em noitadas de alegria, a redor de mesas sempre comandadas por sua simpatia.

Vivemos hoje uma madrugada e uma manhã de muitas lembranças de histórias que escaparam do baú de lembranças destes anos todos que tivemos o privilégio de conviver em sua companhia.

Quando algum de nós aparecia em sua casa depois de alguns dias de ausência, era recebido sempre com o mesmo bordão: - Onde é que tu estavas que sumiu? Queres que eu te mate?

Ao morrer, ontem, Dona Zali nos matou a todos um pouco com esta saudade que já dói forte dentro do peito.

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