quarta-feira, dezembro 14, 2011


toda palavra

toda palavra
guarda um segredo
atrás de suas portas
secretas

esconde
na entrelinha
o enigma da criação

delicada
afiada
malcriada
debochada
discreta
poética
patética
a palavra pode tudo
e bebe
o sangue do poeta
em goles demorados

II

toda palavra
é arma engatilhada

pontaria precisa
acerta o coração
mesmo quando
é bala perdida

certeira
traiçoeira
vingativa
maligna
indiscreta
abusada
despretensiosa
maliciosa
a palavra
pode quase nada
quando fala de paz

© Ademir Antonio Bacca

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