quarta-feira, dezembro 08, 2010

da preguiça

construo o amanhã
do jeito que dá:
é o sonho que tem pernas
e me leva pro lado de lá

não mexo na pedra
que atrapalha o caminho,
nem troco a palavra
que confunde o poema:
é o ponteiro das horas
quem apressa meu caminhar

construo o dia de amanhã
com o pouco que o hoje me dá:
é o canto atrapalhado do galo
quem diz a hora de acordar

não dou corda
no relógio parado,
nem reclamo se o coração dispara:
há um buraco na parede da memória
e por ele me fugiram algumas lembranças
e também se foi o ponteiro das horas.

© ADEMIR ANTONIO BACCA
da antologia “Poesia do Brasil” – Volume 12

Um comentário:

poeta-Orides Siqueira disse...

Como a poesia PREGUIÇA é meu seguimento na vida e poetico te deixo meus parabens pela bela poesia !!!!!!