quarta-feira, setembro 06, 2006

Arte: Édouard Manet

STÉPHANE MALLARMÉ
09/09/1898
18/03/1942
BRINDE

Nada, esta espuma, virgem verso
A não designar mais que a copa;
Ao longe se afoga uma tropa
De sereias vária ao inverso.

Navegamos, ó meus fraternos
Amigos, eu já sobre a popa
Vós a proa em pompa que topa
A onda de raios e de invernos;

Uma embriaguez me faz arauto,
Sem medo ao jogo do mar alto,
Para erguer, de pé, este brinde

Solitude, recife, estrela
A não importa o que há no fim de
um branco afã de nossa vela.

© Stéphane Mallarmé

Um comentário:

valéria tarelho disse...

belo!
mais um outro dele.

O Acaso

Cai
a pluma
rítmico suspense do sinistro
nas espumas primordiais
dde onde há pouco sobressaltara seu delírio a um cimo fenescido
pela neutralidade idêntica do abismo

© Mallarmé

~> igualmente bela, a capa da antologia!

bom final de semana, Bacca!!