![]() |
Arte: Tulio Pericoli |
poeta, escritor, contista, jornalista, radialista, pesquisador e produtor cultural
quinta-feira, outubro 25, 2012
meu poema I
meu poema
foi Che e foi Carlitos,
duro e sonhador
foi madre Tereza
e foi Luther king,
terno e provocador
meu poema
foi Tiradentes e foi Lennon,
rebelde e pacificador
foi anjo e foi demônio
e gostou de ser Quixote
mas na verdade,
meu poema
meu poema
só queria ser
um pouco de Quintana
© Ademir Antonio Bacca
do livro “O grito por dentro das palavras”
meu poema II
meu poema
andou no fio da navalha,
voou em trapézios
precários
e resistiu enquanto pode
falou quando deixaram
e também quando não se
podia falar
e sangrou quando foi
inevitável
meu poema
foi cúmplice de olhares
e de tantas palavras
ditas entre lençóis
se entregou a gestos de
ternura
e foi violento quando
provocado
meu poema
já foi tudo e foi nada
hoje ele só quer se perder
no balaio das tuas
palavras
© Ademir Antonio Bacca
do livro “O grito por dentro das palavras”
Assinar:
Postagens (Atom)