o rio dos meus olhos
o rio
que agora banha
meus dias,
tem o sal
de muitas lágrimas
misturado a suas águas
tanta vida que se foi,
acordes dispersos no ar
sonhos que o vento levou
em madrugadas profanas
a água
que alimenta
o rio dos meus olhos
move o moinho da saudade
na noite que não acaba
toda paixão
que não tem
porto seguro
naufraga
na entrada do cais
© Ademir Antonio Bacca
da antologia “Poesia do Brasil” – Volume 11
4 comentários:
Adorei!!
Querido Bacca,teu Blog está maravilhoso!
E um sonho profanado pela madrugada, às vezes culpa, às vezes não culpa nada.
A paixão é mesmo inspiradora, quem a conhece, sabe exatamente o que o coração sente, como o corpo reage, e o que a alma exala.
Adorei, Ademir Bacca.
Shalom.*
..no entanto, se o amor for demais os braços se tornam remos ...
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