testamento
deixo o corpo cansado
e um fardo de emoções
já um tanto pesado de carregar
deixo sonhos por sonhar
abraços por dar
e palavras ao vento
deixo sementes por plantar
pedras por lapidar
e amanhãs por inventar
deixo um caminho pela metade
paixões mal resolvidas
e pontes por atravessar
deixo poemas incompletos,
um arco-íris no olhar
e tantas lágrimas ainda por chorar
barco longe do cais,
deixo o vento me levar.
© Ademir Antonio Bacca
in “Poesia do Brasil – volume 10”
2 comentários:
Bacca!!
Que poema mais emocionante... alèm de um testamento, um fiel retrato da vida.
Super parabèns!!
Amei!!
Beijos,
Andrea lucia
O que levamos desta existência são as conquistas imateriais que obtivermos.
Todo o resto fica neste plano.
Poesia de maturidade e profunda reflexão.
Abs.
Ricardo Mainieri
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