segunda-feira, dezembro 03, 2012

Arte: Liberati

PRA DECIO

© IGOR ALVES

Quando morre um poeta
a cidade fica menos
concreta

Quando morre um poeta
a própria linguagem
se aquieta

Mas ele não morre
não, sua vida é
inscrita na pedra

Vai-se o corpo
Vai-se o pouco

de volta pra
terra

fica a efemeridade
eterna

seus monumentos
de palavras

sua arquitetura
de idéias

a tradução
a traição

desse nada

que funda
que finda

a mentira
da matéria

quando morres
poeta

nasces
para o paraíso

da memória
da história

o final
a finalidade

do mistério
da nossa

Miséria

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