segunda-feira, janeiro 23, 2012

daquilo que me prende

é noite
e repouso o corpo
no silêncio das palavras
que não vêm

(a palavra que acalma o gesto...
a palavra que embala verso)

é noite,
fecho o livro
e repouso o corpo
na busca da lembrança que me falta

(vestígios da cidade que o concreto escondeu...
a voz dos amigos que o tempo calou)

é noite
e meu corpo tem amarras
que o prendem à beira do cais


© Ademir Antonio Bacca
Do livro “Grito por dentro das palavras”

Um comentário:

Ricardo Mainieri disse...

A noite e seus sortilégios, como disse Bandeira. Belo poema! Abs. Ricardo Mainieri