quarta-feira, novembro 26, 2008

DOAÇÃO DA MINHA COLEÇÃO DO PASQUIM

Sempre tive em mim, desde a infância, a vontade de ser jornalista. Era mais que uma vontade, como se fosse uma missão. E essa vontade aumentou vertiginosamente quando tive em mãos pela primeira vez um exemplar d’O PASQUIM. E desde então minha vida nunca mais foi a mesma.
Em 1973, em parceria com Vilmar Ribeiro e Oscar Biasin, fundamos o Jornal LACONICUS, que dirigi por 24 anos. E depois criei o GARATUJA, que de vez em quando ainda ressuscito em alguma edição especial. Mas O PASQUIM , de quem o LACONICUS era uma cópia agauchada, sempre foi a minha referência. E anos após ano fui colecionando-o, exemplar por exemplar. Tive o prazer de conhecer e até conviver com Henfil, Jaguar e Ziraldo, alguns dos seus fundadores e até os trouxe a Bento Gonçalves certa vez.
Porém, o problema de toda coleção é o espaço que ela ocupa e também o egoísmo da parte do colecionador, que acaba não permitindo que outras pessoas tenham acesso a ela, o que no caso d’O PASQUIM é um crime, tamanha a sua importância dentro da história da imprensa brasileira.
Foi pensando assim, e também por absoluta falta de espaço mas com uma dor danada no peito que, na semana que passou, dia 21 de novembro, decidi fazer a doação de quase todos os exemplares (menos dois) d’O PASQUIM para o acervo da Biblioteca Pública Castro Alves, aqui na minha cidade, Bento Gonçalves. Não poderia ter parado em melhores mãos. No registro fotográfico acima, o momento em que eu me despedia da minha coleção e passava para a diretora da Biblioteca Castro Alves, Eunice Pigozzo, o meu tesouro literário.

3 comentários:

SAM disse...

É realmente um tesouro! Mas como bem disse "não poderia ter parado em melhores mãos".

Grande abraço, Ademir!

Fachinelli disse...

Esta doação foi um dos principais acontecimentos culturais do ano aqui em Bento... Cumprimentos, Bacca! Eu soube pela Rádio Viva e queria te telefonar para cumprimentar-te... o tempo passou e agora, ao navegar encontrei o teu Blog. Eu também era leitor assíduo do Pasquim (acho que foi ele que despertou em mim o gosto pelos jornais...)
Muito obrigado pela generosidade... em nome dos bentogonçalvenses! Um abraço!

Ricardo Mainieri disse...

O Pasquim foi uma revolução na imprensa brasileira.
Um foco de resistência contra a ditadura.
Tomei contato com ele no final dos anos setenta e me identificava com aquele jeito carioca e brasileiro de ver a notícia.
Gostava muito de um jornal que surgiu nos anos oitenta por aqui: o COOJORNAL.
Como tu, conheci os editores e os levei à Faculdade de Comunicação que cursava para uma palestra.
Bons tempos!

Abraço.

Ricardo Mainieri