meu poema II
meu poema
andou no fio da navalha,
voou em trapézios
precários
e resistiu enquanto pode
falou quando deixaram
e também quando não se
podia falar
e sangrou quando foi
inevitável
meu poema
foi cúmplice de olhares
e de tantas palavras
ditas entre lençóis
se entregou a gestos de
ternura
e foi violento quando
provocado
meu poema
já foi tudo e foi nada
hoje ele só quer se perder
no balaio das tuas
palavras
© Ademir Antonio Bacca
do livro “O grito por dentro das palavras”
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