do que levo comigo
essa coisa que chamam vida
é mala difícil de se carregar
pé na estrada,
nem sempre o que carrego comigo
é tudo aquilo que eu posso dar
tem dias que levo sonhos
tem dias que levo pesar
o que levo nos olhos
é o que eu ainda tenho para sonhar
tem dias que levo nuvens
tem dias que levo o mar
essa coisa que chamam vida
nem sempre é barco fácil de se levar...
velas ao vento,
o que carrego na mala
é o que eu tenho para dar
tem noites que levo o sol
tem dias que levo o luar
porque essa coisa que chamam vida
tem o movimento das águas do mar
tem dias que o poema cai na rede
tem dias que o ponteiro das horas não sai do lugar
por isso tem vezes que recolho as velas
e o que carrego nos olhos
é só o que tenho para dar
tem dias que levo meu sorriso mais belo
tem dias que levo a dor dos rios
que não alcançam o mar.
© Ademir Antonio Bacca
do livro “O Relógio de Alice”
6 comentários:
Dá até para sentir a brisa... Belíssimo!
Um abraço,
Chris
Reflexões que nos alcançam na madura idade, vertidas em poesia. Luz tênue para aumiar nossas zonas escuras. Abs. Ricardo Mainieri
Eu li este texto e do livro, publicado em 2010 para o poisia do brasil e vou traduzir para o árabe . minha admiração por sua interação com o que foi o movimento da vida e as coisas .. eu ainda faço os meus esforços para aprender a língua do Brasil. Saudações
Poeta e romancista iraquiana
Nidal ALKHADI
BRASIL\PORT0 ALEGRE
netalalkhadi@yahoo.com
Poemas lindos em todo o Blog, Bacca.
É uma delícia vir aqui. Abraço, Jade
Ademir, belissimo poema!!
abraços
Andréa
Caro Ademir, venho muitas vezes visitar-lo sem deixar rastos da minha passagem. Hoje porém nao posso passar de tal maneira.
A leitura deste magnifico texto (poema) me faz lembrar nuitas passagens (momentos) da minha vida.
Um abraço do Canada.
Laureano Soares
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