quinta-feira, outubro 25, 2012

Arte: Tulio Pericoli



 Arte: "God' © Marian Avramescu 

das ameaças

o planeta terra,
em que pese
o peso que suporta
e as voltas que dá,
tem vezes que treme
em suas entranhas
e sacode

o planeta terra,
apesar daqueles
que o viram do avesso,
de vez em quando balança,
ameaça,
mas não cai

 © Ademir Antonio Bacca

 
Texto; Renato Gusmão
Foto: Luis Vidal


meu poema I

meu poema
foi Che e foi Carlitos,
duro e sonhador

foi madre Tereza
e foi Luther king,
terno e provocador

meu poema
foi Tiradentes e foi Lennon,
rebelde e pacificador

foi anjo e foi demônio
e gostou de ser Quixote
mas na verdade,
meu poema
só queria ser
um pouco de Quintana

© Ademir Antonio Bacca
do livro “O grito por dentro das palavras”
Arte: Lézio Júnior


“Embora ninguém possa
voltar atrás e fazer
um novo começo,
qualquer um pode começar agora
e fazer um novo fim.”

CHICO XAVIER
1910 - 2002


meu poema II

meu poema
andou no fio da navalha,
voou em trapézios precários
e resistiu enquanto pode

falou quando deixaram
e também quando não se podia falar
e sangrou quando foi inevitável

meu poema
foi cúmplice de olhares
e de tantas palavras
ditas entre lençóis

se entregou a gestos de ternura
e foi violento quando provocado

meu poema
já foi tudo e foi nada

hoje ele só quer se perder
no balaio das tuas palavras


© Ademir Antonio Bacca
do livro “O grito por dentro das palavras”