quarta-feira, junho 15, 2011





O guarda-chuva de afeto de Edla de Melo Guindani






Bento Gonçalves perdeu, no último dia 8, uma de suas mais proeminentes artistas plásticas. Nós, do Proyecto Cultural Sur/Brasil e da Associação dos Artistas Plásticos da Serra Gaúcha (AAPLASG) perdemos muito mais do que isso: perdemos uma referência de talento, de companheirismo, de alegria e de afeto.
Ao longo dos últimos anos EDLA DE MELO GUINDANI abrigou a todos nós sob o guarda-chuva de afeto em que ela transformou o seu atelier. Lá era a sua casa, mas também era a casa de todos os seus amigos. Lá, sempre com a parceria do seu marido, Cláudio, ela nos recebia com o sorriso que lhe era peculiar, de braços e coração abertos para noitadas de afeto e confraternização
Foi em seu atelier que foram forjados muitos dos acontecimentos culturais que movimentaram as artes de Bento Gonçalves. Lá nasceu a coleção de cartões postais com trabalhos de artistas plásticos da APPLASG. Lá se organizaram os diversos salões de artes promovidos pelo Proyecto Cultural Sur Brasil. Lá se discutiu e se pediu ao prefeito da época a criação da Calçada da Arte.
Mas acima de tudo, foi lá que se fortaleceu a amizade que nos uniu tantos anos e que agora nos faz lembrar do quanto ela foi importante para cada um de nós.
A pintura era a força que a movia, era a sua mola propulsora. Na medida em que a doença a vencia, queixava-se apenas de não mais poder pintar.
Mas fechou-se o ciclo da vida e EDLA DE MELO GUINDANI partiu para a eternidade para pintar arco-íris no céu.

terça-feira, junho 07, 2011

Arte: Celso Mathias



O GRANDE GUIDACCI NO MEU BLOG



Algum tempo atrás fui surpreendido por uma proposta daquelas que poucas vezes acontecem na vida da gente: o caricaturista e artista gráfico GUIDACCI me propôs uma parceria pra lá de vantajosa, a mim claro: ele escolheria alguns poemas meus e os ilustraria para publicação simultânea em nossos blogs.
A proposta me emocionou e me arrepiou. Acompanhei a trajetória fantástica do GUIDACCI n’O PASQUIM e até o conheci pessoalmente no Rio de Janeiro, apresentado pelo Jaguar no século passado.
GUIDACCI é amazonense. Nasceu em Manaus no dia 29 de agosto de 1939. Diplomou-se pela Escola Nacional de Belas Artes; no Museu de arte Moderna, do Rio de Janeiro, freqüentou em 1963, o curso de gravura em metal. Durante 26 anos, foi professor de Desenho de Propaganda, Ilustração, Técnicas de Pintura, no SENAC do Rio de janeiro.
Iniciou sua carreira como Cartunista, Caricaturista e Ilustrador, no antigo jornal "O PASQUIM". Colaborou ainda, com outros jornais e revistas: "Jornal do Comércio", "Última Hora", "O Globo", "Repórter", "Status", "MAD", "Homem", "Nova", "Bundas", etc. No Caderno I do Jornal do Brasil, produziu os quadrinhos do "Fê e Fá". Produziu ainda no O Bicho "Os Subterraqueos" e no Pingente "João Belo". Foi também editor e Ilustrador da revista "Segura Essa" da (ABPA).Atualmente Colabora como ilustrador nas publicações da Petrobras e Light.
Como caricaturista e retratista, participa em eventos de diversas empresas. Suas caricaturas e retratos a óleo, encontram-se em coleções aqui e no exterior, inclusive no Museu de Caricatura & Cartoons de Basel, na Suíça. GUIDACCI é incontestavelmente, um dos maiores artistas das artes gráficas do nosso tempo.
Visite o blog do Guidacci:
http://guidacci.blogspot.com/


a força do poema

de quantas palavras
precisa o poeta
para o poema?

algumas.

a força do poema
está na imaginação
daquele que o lê.

© Ademir Antonio Bacca
do livro “O grito por dentro das palavras”
Poema: Ademir Antonio Bacca — Arte: Guidacci

o poema visto pelo poema

do alto da sua prepotência
a si, o poema se basta

com versos tortos ou não,
ele se julga completo
em sua forma e essência

irônico,
diante do espanto daqueles
que o lêem e não o entendem,
ri com a desfaçatez
dos que pensam conhecer os atalhos,
as manhas
e todos os segredos das palavras

© Ademir Antonio Bacca
do livro “O grito por dentro das palavras”


da fragilidade que me cerca

tudo o que me sustenta
é frágil:

o fio de arame
que me faz a travessia

a paixão
que me costura as horas

tudo o que me consola
é frágil:

os pedaços de lembranças
que me fogem entre os dedos

o abraço que não aquece o sonho
na noite de invernia

só a palavra é forte!

© Ademir Antonio Bacca
Arte recolhida na internet. Autor desconhecido


“O céu não está em cima, ou embaixo
ou à direita ou à esquerda;
está no centro do peito
do homem que tem fé.

SALVADOR DALI

1904 – 1989
labirinto

coração
que bate
fora
do peito
a poesia
tem vezes
que é labirinto
onde a palavra
não quer
ser encontrada

© Ademir Antonio Bacca


voyeur

toda palavra
divorciada do verbo
solta na noite,
sem compromisso
no poema,
não trama nem engana
só espreita,
fora do alcance
da boca que nega
o beijo

© Ademir Antonio Bacca