Arte: Angel Boligan
poeta, escritor, contista, jornalista, radialista, pesquisador e produtor cultural
terça-feira, abril 19, 2011
tipo assim: acordar e ir em frente
não há culpa
que me consuma
uma noite sequer
pelos erros que cometi
nem sequer mísera tentativa
de passar uma borracha
sobre qualquer das paixões
que vivi
entre erros e acertos
de todo meu caminhar
levo comigo a certeza
de que a vida é igual a um rio:
avança do jeito que dá
© Ademir Antonio Bacca
do livro “Grito por dentro das palavras”
não há culpa
que me consuma
uma noite sequer
pelos erros que cometi
nem sequer mísera tentativa
de passar uma borracha
sobre qualquer das paixões
que vivi
entre erros e acertos
de todo meu caminhar
levo comigo a certeza
de que a vida é igual a um rio:
avança do jeito que dá
© Ademir Antonio Bacca
do livro “Grito por dentro das palavras”
ENFRENTAMENTO
© HAIDÊ VIEIRA PIGATTO
Se estou bem?
Bem eu não estou
Nem mal
Estou assim como esse dia
Sem sal
Sem sol
Longo e incoerente.
Contento-me do que posso
Escolho o que me comove
Relembro o que me faz forte
E cada vez bebo mais
De tudo que é movimento
Dança, canto, amor
Poesia.
E quando o vale é só tédio
Alço-me esperta alpinista
E espio a vida do alto
Estradas, matas, coragens
Futuro, neves, bronzeados
Extensos verde-castanhos
Olhos do ser amado.
© HAIDÊ VIEIRA PIGATTO
Se estou bem?
Bem eu não estou
Nem mal
Estou assim como esse dia
Sem sal
Sem sol
Longo e incoerente.
Contento-me do que posso
Escolho o que me comove
Relembro o que me faz forte
E cada vez bebo mais
De tudo que é movimento
Dança, canto, amor
Poesia.
E quando o vale é só tédio
Alço-me esperta alpinista
E espio a vida do alto
Estradas, matas, coragens
Futuro, neves, bronzeados
Extensos verde-castanhos
Olhos do ser amado.
quarta-feira, abril 13, 2011
Arte: Quinho
TRADUZIR-SE
© FERREIRA GULLAR
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?
© FERREIRA GULLAR
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?
terça-feira, abril 12, 2011
terça-feira, abril 05, 2011
interrogações dentro da noite que não acaba
quem será o meu ventríloquo
quando falo coisas que não quero?
quem mexe com os meus cordéis
quando minha vontade era ficar quieto
no meu canto?
quem é este outro poeta
que vaga por caminhos que não escolhi
como se fosse eu?
de quem estas palavras
que não dizem da missa a metade
daquilo que trago dentro de mim?
quem foi que me deixou
ancorado em terra firme,
olhos buscando velas no mar?
© Ademir Antonio Bacca
do livro “Grito por dentro das palavras”
quem será o meu ventríloquo
quando falo coisas que não quero?
quem mexe com os meus cordéis
quando minha vontade era ficar quieto
no meu canto?
quem é este outro poeta
que vaga por caminhos que não escolhi
como se fosse eu?
de quem estas palavras
que não dizem da missa a metade
daquilo que trago dentro de mim?
quem foi que me deixou
ancorado em terra firme,
olhos buscando velas no mar?
© Ademir Antonio Bacca
do livro “Grito por dentro das palavras”
do andar por aí
carrego dentro de mim:
sonhos e desejos misturadosno fundo da velha mala
que tantas vezes abri no meio da ruatem dias que levo o trigo
e busco alguémque me ajude a amassar o pão
tem vezes que sonhocom o milagre da salvação
desviando de velhas lembranças
a vida algumas vezes se faz estradaacidentada de viajar
e nem sempre o que carrego comigome faz sair do lugar
tem vezes que sonho
estar em todos os lugarestem dias que me bastaria
dobrar a primeira esquinae dar de cara com o mar
do livro “Grito por dentro das palavras”
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