poeta, escritor, contista, jornalista, radialista, pesquisador e produtor cultural
segunda-feira, maio 10, 2010
daquilo que importa
não importa o prato na mesa,
se ele não te saciar a mais íntima
de todas as fomes
não importa a poesia,
se ela não te abrir as janelas da vida
todos os dias
não importa a ponte,
se ela só te levar
até o outro lado do rio
não importa a palavra,
se ela só te consolar
no meio da rua
não importa a vida,
se ela é só armadilha
importa sim, o amor
mesmo que,
de vez em quando,
ele mate
© Ademir Antonio Bacca
in “Poesia do Brasil – volume 10”
não importa o prato na mesa,
se ele não te saciar a mais íntima
de todas as fomes
não importa a poesia,
se ela não te abrir as janelas da vida
todos os dias
não importa a ponte,
se ela só te levar
até o outro lado do rio
não importa a palavra,
se ela só te consolar
no meio da rua
não importa a vida,
se ela é só armadilha
importa sim, o amor
mesmo que,
de vez em quando,
ele mate
© Ademir Antonio Bacca
in “Poesia do Brasil – volume 10”
testamento
deixo o corpo cansado
e um fardo de emoções
já um tanto pesado de carregar
deixo sonhos por sonhar
abraços por dar
e palavras ao vento
deixo sementes por plantar
pedras por lapidar
e amanhãs por inventar
deixo um caminho pela metade
paixões mal resolvidas
e pontes por atravessar
deixo poemas incompletos,
um arco-íris no olhar
e tantas lágrimas ainda por chorar
barco longe do cais,
deixo o vento me levar.
© Ademir Antonio Bacca
in “Poesia do Brasil – volume 10”
deixo o corpo cansado
e um fardo de emoções
já um tanto pesado de carregar
deixo sonhos por sonhar
abraços por dar
e palavras ao vento
deixo sementes por plantar
pedras por lapidar
e amanhãs por inventar
deixo um caminho pela metade
paixões mal resolvidas
e pontes por atravessar
deixo poemas incompletos,
um arco-íris no olhar
e tantas lágrimas ainda por chorar
barco longe do cais,
deixo o vento me levar.
© Ademir Antonio Bacca
in “Poesia do Brasil – volume 10”
RASGO PAPÉIS
© DALMO SARAIVA
Vou comendo trapos e tripas,
Mas por baixo dos panos
Guardo sonhos de vida.
Me presenteio o que posso
E aproveito os laços
Quando desamarro os embrulhos.
Rasgo papéis para não cruzar os braços.
Estico bem os passos
Sem pensar em encurtar o tempo.
Ajunto meus pedaços
Desse quebra cabeças
Sustentado pelo meu pescoço.
© DALMO SARAIVA
Vou comendo trapos e tripas,
Mas por baixo dos panos
Guardo sonhos de vida.
Me presenteio o que posso
E aproveito os laços
Quando desamarro os embrulhos.
Rasgo papéis para não cruzar os braços.
Estico bem os passos
Sem pensar em encurtar o tempo.
Ajunto meus pedaços
Desse quebra cabeças
Sustentado pelo meu pescoço.
Assinar:
Postagens (Atom)