Na minha terra se diz que quem tem parceiro é boi de canga. Não sei se pelas muitas coisas que puxamos juntos, um jornal, um programa de rádio, um projeto editorial, a verdade é que eu e HARY DALLA COLLETTA fomos parceiros sim por quase três décadas. Primeiro ele veio trabalhar comigo no Jornal LACONICUS, depois com ele publiquei onze livros de uma série folclórica que se tornou grande êxito de vendas em toda a nossa região, atravessou as fronteiras do estado e se espalhou por aí. Ele foi para o rádio antes, quando ainda estava no jornal. Fez um programa de música e folclore italiano de grande sucesso na época. Até então, o rádio não me atraía, só me pegaria muitos anos depois, quando o LACONICUS já encerrara o seu ciclo. Nas minhas folgas no “Programa Sem Nome”, quando eu tinha que viajar para algum evento cultural, era ele quem me substituía. Até que passou a fazer parte efetiva do programa e nele permaneceu até o início de 2007, quando deixamos o programa juntos.
Grande contador de histórias, dono de uma memória privilegiada que trazia a história de nossa cidade na ponta da língua, eterno insatisfeito, um homem de muitas dores físicas, sua voz calou para sempre na noite do último dia 28, vitimado por um câncer.
Primeiro a Dercy Gonçalves, depois o Hary... as coisas devem estar muito divertidas no outro lado da cerca.
Foi-se a parceria. Ficaram os livros, belas lembranças e tantas histórias ainda por contar.